Entenda o cenário da automacão industrial no Brasil

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ENTENDA O CENÁRIO DA AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL NO BRASIL

A quarta revolução industrial, ou indústria 4.0, traz uma série de tecnologias que unem o físico ao digital, impactando todos os tipos de indústrias. No Brasil, esta mudança vem fortemente embasada na automação industrial, permitindo que as marcas nacionais cresçam e alcancem níveis máximos de eficiência nunca imaginados antes.

Como em todo o mundo, a evolução da automação por meio do desenvolvimento de novas tecnologias e a otimização de processos garantem maior produção e qualidade de produtos com tempo e custos cada vez mais reduzidos. Isso é possível a partir da inteligência artificial, da integração de processos, dos sistemas ciberfísicos, da internet das coisas (IoT) e da computação em nuvem que acabam formando verdadeiras “fábricas inteligentes”.

O desenvolvimento das indústrias está baseado hoje, principalmente, nos investimentos feitos em processos de automação industrial, buscando implantar estratégias para diminuir a utilização de mão de obra humana em um processo, visando aumentar a produtividade e o desempenho dos processos industriais.

Este desenvolvimento é tão importante que a Confederação Nacional das Indústrias (CNI) publicou, em junho de 2018, um estudo sobre os investimentos na indústria 4.0 e na automação industrial no Brasil.

Segundo o CNI, as tecnologias digitais, quando aplicadas de forma ampla na atividade industrial, são acompanhadas de diversos benefícios da automação como aumento da eficiência operacional e redução de custos, flexibilização das linhas de produção e encurtamento dos prazos de lançamento de produtos, além de criação de produtos, serviços digitais e novos modelos de negócios.

Mas como tem sido essa evolução da automação industrial no Brasil? Separamos alguns pontos importantes para que você entenda!

 

Investimentos em tecnologias digitais

Entre o início de 2016 e o de 2018, o percentual das grandes empresas que utilizam pelo menos uma tecnologia digital, em especial, a automação digital com sensores para controle de processo, passou de 63% para 73%. Além disso, quase metade (48%) das empresas consultadas tem a intenção de investir em novas tecnologias nos próximos anos.

 

A pesquisa apontou que sete em cada dez grandes indústrias já utilizam pelo menos um dos tipos de tecnologia digital, como:

–        Automação digital sem sensores, uso de Controlador Lógico Programável (CLP) sem sensores;

–        Automação digital com sensores para controle de processo;

–        Automação digital com sensores com identificação de produtos e condições
operacionais, linhas flexíveis;

–        Coleta, processamento e análise de grandes quantidades de dados (big data) da empresa;

–        Monitoramento e controle remoto da produção com sistemas do tipo MES e
SCADA*;

–        Manufatura aditiva, robôs colaborativos (cobots);

–        Sistemas inteligentes de gestão, como comunicação M2M (máquina-máquina), gêmeo digital (Digital Twin) e Inteligência artificial (IA);

–        Sistemas integrados de engenharia para desenvolvimento e manufatura de produtos;

–        Prototipagem rápida, impressão 3D e similares;

–        Simulações/análise de modelos virtuais para projeto e comissionamento (ElementosFinitos, Fluidodinâmica Computacional, etc.);

–        Coleta, processamento e análise de grandes quantidades de dados (big data) sobre o mercado, monitoramento do uso dos produtos pelos consumidores;

–        Utilização de serviços em nuvem associados ao produto;

–        Incorporação de serviços.

 

Em relação ao foco do uso das tecnologias digitais, a grande maioria (90%) das empresas industriais brasileiras priorizam tecnologias para aumentar a eficiência do processo de produção e melhorar a gestão dos negócios. As tecnologias digitais para o desenvolvimento de produtos são usadas por 58% das empresas, enquanto às voltadas para novos modelos de negócio/produto são 33%.

 

Evolução da automação industrial

Apesar da intenção de investimento em tecnologias digitais e na automação industrial, o Brasil ainda caminha a passos lentos se comparado a outros países. Enquanto muitas indústrias globais garantem altos investimentos, somente 9% das empresas nacionais fazem uso de Big Data e Inteligência Artificial, colocando o país em 64ª posição no Índice Global de Inovação de 2018, um ranking de 126 países. O Brasil, apesar de ter subido posições no último ano, não está na liderança da inovação nem mesmo na América Latina, pois segue atrás do Chile.

Para se ter uma ideia da evolução dos últimos anos, a automação digital sem sensores ocupava a terceira posição em 2016, com 15%. Em 2018, esse tipo de tecnologia se posiciona em terceiro no ranking, com 30% das empresas utilizando a tecnologia.
Características da automação industrial

As mudanças trazidas pelas novas tecnologias da indústria 4.0 vêm sendo possíveis devido à internet das coisas (IoT), pela computação na nuvem, uso de robôs e controladores, entre outras.

No Brasil, como em outros países, a automação industrial se iniciou com os investimentos em ferramentas para automação de processos nas fábricas, como uso de PLCs, IHMs e supervisórios. Isso porque, num primeiro momento, o objetivo é ganhar repetibilidade e segurança nas operações dos processos e máquinas.

Num segundo momento, os investimentos passam a focar em dispositivos integrados de gerenciamento de produção, com o objetivo de aumentar a eficiência e a qualidade, por meio de informações em tempo real para a tomada de decisão mais assertiva na produção.

Somente numa terceira fase, onde algumas indústrias globais já se encontram, ocorrerá a total integração do setor produtivo, do desenvolvimento de produtos, dos novos modelos de negócios e da cadeia de fornecedores, por meio das novas tecnologias trazidas pela internet das coisas. O futuro está aí!

 

Benefícios da automação industrial

Os benefícios da automação industrial são inúmeros, mas eles vão além das empresas, chegando a beneficiar o mercado e os trabalhadores. Entenda:

Movimenta o mercado – há substituição de vagas de trabalho manual pelas máquinas. Em paralelo, estimula a profissionalização da mão de obra, com demanda cada vez maior por profissionais de robótica, produção industrial automatizada, técnicos em eletrônica e em mecânica e engenheiros mecatrônicos, etc.

Cria oportunidades de emprego melhores –  vagas de emprego demandam mão de obra mais qualificada e melhor remunerada.

Reduz custos industriais –  a partir da incorporação do conceito 4.0 pela indústria, há a redução dos custos operacionais.

Aumenta a produtividade e eficiência – a  automação aumenta a eficiência da indústria e maximiza a produção com o menor consumo de energia e/ou matérias primas.